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Menina de 10 anos encontrou na ginástica a superação de um trauma

16/05/2025 - 18h59min

 

Pequena Maitê presenciou a morte da avó e foi afetada emocionalmente. Mas conseguiu superar com a paixão pelo esporte

Por Geison Concencia

Estância Velha – Com apenas oito anos, Maitê Schepp Aurélio viveu um episódio traumático: presenciou a morte da avó. O impacto emocional foi intenso e provocou uma crise de depressão, acompanhada por episódios de ansiedade e sonambulismo. Mas o que parecia impossível para uma criança daquela idade tornou-se uma trajetória de superação: foi na ginástica artística que Maitê encontrou um novo sentido — e um caminho de cura.

“Desde que entrou no projeto, há cerca de um ano e meio, tudo mudou. A ginástica foi um divisor de águas. Ela recebeu alta dos psicólogos, interrompeu as terapias e parou com a medicação. A partir daí, foi só alegria”, relata a mãe, Renata Schepp Leffa, 38 anos.

Hoje, com dez anos, Maitê se prepara para um novo desafio: disputar a Copa Olimpíada Internacional de Gimnasia, que ocorrerá nos dias 6, 7 e 8 de junho, em Montevidéu, no Uruguai. A rotina de treinos ficou mais intensa, mas isso não assusta a pequena atleta.

“Estou nervosa, ansiosa, mas com muita fé. Mesmo que eu não consiga medalha, fico feliz porque a professora me escolheu. Ela acredita que sou boa no que faço”, afirma Maitê, com brilho nos olhos.

TREINOS VÃO ALÉM DAS AULAS E SÃO PRATICADOS EM CASA
A ginástica, para ela, vai muito além de um esporte. “Eu como ginástica, respiro ginástica e faço ginástica. Não sei o que seria de mim sem ela. A ginástica me salvou de uma depressão severa. Quando eu treinava pela manhã, acordava cedo e já saía dando piruetas pela casa. Quando chegava a hora da aula e a professora mandava aquecer, eu dizia: ‘Já estou aquecida’”, conta, entre risos.

A paixão pela modalidade é visível em cada detalhe. Segundo a mãe, uma das paredes da casa já mostra sinais do esforço diário: está toda marcada pelas constantes repetições dos movimentos.

A professora Mônica Mattos, 39 anos, ex-atleta profissional e professora pelo projeto de ginástica artística da Prefeitura de Estância Velha, realizada na Sociedade Lira, acompanha de perto a trajetória da aluna.

“Desde o começo percebi que ela tinha talento. A gente se dedica ainda mais às alunas que mostram esforço e comprometimento, que treinam até em casa. Dá para perceber quando é algo natural. Eu confio e dou tudo de mim para que ela cresça no projeto”, afirma Mônica.

A professora destaca que, no momento de selecionar os atletas para as competições, observa mais do que técnica: olha o comportamento, o comprometimento e a coragem.

“Maitê é dessas que topa tudo. Ela vai sozinha para essa competição — o que é muito difícil para qualquer criança. Isso mostra o quanto ela é guerreira. Para mim, para ela e para a família, isso já é uma grande conquista. Estou muito feliz”, diz Mônica.

A mãe de Maitê também se encanta ao falar da evolução da filha. Segundo Renata, no início havia dúvidas se a menina realmente gostaria do esporte. Mas com o tempo, a dedicação falou mais alto — e os resultados apareceram.

“Ela superou a depressão, ficou mais disciplinada e focada. Foi uma transformação no esporte e na vida.”

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