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Dia dos Namorados: 62 anos de amor e companheirismo de Isolde e Ernesto Skonetzky

O casal mostra que união, respeito e compreensão são a base para uma vida juntos e repleta de felicidade
POR NADINE DILKIN
IVOTI – Nesta quinta-feira, dia 12, comemora-se o Dia dos Namorados. Isolde Skonetzky, de 80 anos, e Ernesto Antonio Skonetzky, de 84, são aposentados e estão juntos há 62 anos. Moradores de Ivoti há cerca de seis décadas, o casal é exemplo de amor, companheirismo e dedicação, inspirando gerações com uma história marcada por afeto e parceria ao longo da vida.
O primeiro encontro deles foi em um baile de Dois Irmãos. No dia 31 de dezembro de 1960, Isolde embarcou em um ônibus rumo à cidade, acompanhada da tia, e, nesse mesmo transporte, encontrou Ernesto — e trocaram olhares. “Eu olhei pra ela porque ela tava me olhando”, relembra Ernesto. “Eu já conhecia ele de vista”, conta Isolde, já interessada. Naquela noite, no baile, ele a convidou para dançar; conversaram e se encantaram um com o outro.
Namoraram por dois anos e meio. Eles se encontravam em bailes, e Ernesto percorria vários quilômetros até a casa de Isolde — a pé, às vezes de bicicleta e raramente de ônibus. Ernesto nasceu e viveu em Dois Irmãos, enquanto Isolde é natural da localidade de Picada 48 Alta, em Ivoti. “Naquela época era mais difícil, não tinha telefone nem carro, mas era certo que ele sempre vinha”, recorda ela.
Nas vindas para a casa de Isolde, Ernesto ajudava seu sogro, Walter, na produção de cachaça. “Ele vinha de Dois Irmãos nos sábados de manhã cedo e ia junto com o pai na roça buscar a cana-de-açúcar”, explica ela. E, quando era ela quem o visitava, Isolde só podia ir acompanhada de uma das primas, que dormia com ela na casa dele.
O casal não se intimida na demonstração de amor
CASAMENTO
Isolde conta que nem houve um pedido formal de casamento — os dois decidiram juntos que iriam se casar. Durante uma caminhada até o ponto de ônibus, pararam em uma loja e compraram as alianças de noivado. “Foi tudo muito rápido e também simples”, declara.
Dois anos e meio depois, em 1963, ela com 18 anos e ele com 22, casaram-se na Igreja Luterana (IELB) de Dois Irmãos. No entanto, a decisão não foi fácil, já que pertenciam a religiões diferentes, e os pais de Isolde queriam que o casamento fosse realizado na Igreja Evangélica de Ivoti (IECLB). Mas, no fim, aceitaram a escolha pela religião de Ernesto.
No primeiro ano de casamento, o casal morou em Dois Irmãos, mas depois se mudou para Ivoti. Um ano após a união, decidiram aumentar a família e tiveram cinco filhos: André, Adreana, Carla, César e Janaína. Isolde conta que não foi fácil, pois trabalhavam muito e não conseguiam dar tanta atenção aos filhos. Ele atuava na Prefeitura e ela, em um ateliê. “Mas que bom que eles se deram bem na vida”, exclama.
“Nossa vida sempre foi assim: sem brigas” – Isolde Skonetzky
BAILES
Anos depois, o casal, que sempre gostou de bailes e de dançar, começou a acompanhar Elly, mãe de Isolde, nos bailes da terceira idade do Grupo Encontro da Saudade. Eles se identificaram com o grupo, fizeram amizades e logo se tornaram sócios do clube. Em 1999, aceitaram os cargos de rei e rainha do grupo, repetindo a função em 2002 e permanecendo até 2005. Isolde também foi convidada a assumir a presidência do grupo de Ivoti, cargo que ocupa há 20 anos.
O casal também representou o município de Ivoti, no ano 2000, como Kolonistenpaar na Kolonistenfest. Eles visitaram diversas rádios e festas locais para divulgar o evento. Além de representarem Ivoti, continuavam unidos e frequentavam os bailes de idosos regularmente.
Atualmente, o casal ainda frequenta cerca de quatro bailes de idosos na região por mês. Apesar de serem aposentados, “sempre temos uma coisa para fazer”, conta Isolde. Por meio da paixão que Ernesto adquiriu por orquídeas, eles cuidam juntos de uma estufa com diversas espécies da planta. “Quando ela briga comigo, eu venho aqui nas flores”, brinca Ernesto, sorridente.
Registro de quando eram rei e rainha do grupo de idosos
COMPREENSÃO
O casal sempre teve uma relação boa. “Nunca tivemos brigas, assim de gritar e discutir”, conta Ernesto. Isolde também lembra que eles não ficavam “cabeçudos” um com o outro e sempre resolviam as situações rapidamente.
Isolde e Ernesto aconselham que, para ter uma união de tantos anos, o segredo não é difícil: “O casal deve ser unido, não brigar e decidir juntos as coisas que têm que ser feitas.” Isolde explica: “Hoje em dia, os casais se separam na primeira briga. Isso não pode ser assim. Tem que ter mais compreensão.”
O casal deseja “poder ter ainda força para viver muitos anos e poder ir a muitos bailes.”
Isolde e Ernesto em seu orquidário