Homem natural da região é uma das vítimas de execução brutal em SC; polícia investiga ligação com facções

Tieisson Ramon de Oliveira, de 36 anos, natural de Estância Velha (RS), foi identificado nesta quinta-feira (22) como uma das vítimas de um quádruplo homicídio ocorrido em São João Batista, na Grande Florianópolis (SC). Ele teve o corpo carbonizado dentro de um veículo incendiado no bairro Timbezinho, na noite do último sábado (17).

O caso, que chocou moradores da cidade catarinense, ganhou repercussão estadual pela brutalidade e pela suspeita de envolvimento com o crime organizado. O corpo de Tieisson foi o último a ser identificado, após exames periciais da Polícia Científica de Santa Catarina.

Um crime com sinais de execução

O veículo onde os quatro corpos foram encontrados, um Corsa Classic, estava completamente destruído pelo fogo. Ele foi localizado por volta das 21h43, em uma área isolada da Estrada Municipal Timbezinho. Moradores relataram ter ouvido gritos e uma explosão momentos antes do incêndio.

A Polícia Civil acredita que as vítimas foram mortas em uma casa próxima — a cerca de dois quilômetros do local do incêndio —, usada como ponto de tráfico de drogas. Os corpos teriam sido levados ao local apenas para serem queimados, com o objetivo de dificultar a identificação e eliminar provas.

As vítimas: todas moravam em Santa Catarina

Apesar de serem todos naturais do Rio Grande do Sul, com exceção de uma das vítimas, os quatro homens residiam em Santa Catarina no momento do crime.

• Tieisson Ramon de Oliveira, 36 anos, de Estância Velha (RS), morava em São João Batista. Ele era identificado como dependente químico, mas não possuía antecedentes criminais.
• Gabriel de Azevedo Pereira, 19 anos, natural de Porto Alegre (RS), tinha agens na polícia por tráfico de drogas.
• Guilherme Vinicius Bittencourt, 18 anos, de Gravataí (RS), tinha antecedentes por crime contra o patrimônio.
• Gabriel Salomão de Sousa, 20 anos, era o único natural de Santa Catarina, com antecedentes por crime de menor potencial ofensivo.

Facções e motivação: acerto de contas

Para o delegado Cristiano Sousa, que lidera a investigação, o crime tem características claras de execução e envolvimento com facções criminosas. “Em razão da forma de execução e descarte dos corpos carbonizados, acredito que sejam faccionados”, afirmou.

A principal hipótese é de que o quádruplo homicídio esteja ligado à disputa territorial entre organizações criminosas que atuam no tráfico de drogas na região. A maneira como os corpos foram assassinados e descartados indica premeditação e possível represália.

Investigação em curso

A Delegacia de Polícia de São João Batista segue apurando os detalhes do crime. As autoridades trabalham para identificar os executores e compreender a dinâmica do tráfico local. A prisão dos envolvidos pode esclarecer a real motivação do crime e expor a atuação das facções na região.