VÍDEO: Filhos mantêm pai morto em casa por seis meses para seguir recebendo pensão

Irmãos foram presos em flagrante na Ilha do Governador; corpo do idoso foi achado em decomposição no imóvel onde viviam

Um corpo em avançado estado de decomposição foi encontrado nesta quarta-feira (21) dentro de um apartamento na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro. A vítima é Dario Antonio Raffaele D’Ottavio, de 88 anos, que morava com os filhos Marcelo Marchese D’Ottavio e Tania Conceição Marchese D’Ottavio. Os dois foram presos em flagrante por ocultação de cadáver, resistência e lesão corporal.

A polícia suspeita que o corpo tenha sido mantido por cerca de seis meses no imóvel, enquanto os filhos continuavam a receber os benefícios do idoso — uma aposentadoria e uma pensão por morte, que juntos somavam mais de R$ 5 mil mensais.

“As diligências iniciais revelaram que Dario era titular de dois benefícios previdenciários ativos junto ao INSS, o que reforça suspeitas sobre possível motivação financeira por parte dos indiciados”, afirmou o delegado Felipe Santoro, titular da 37ª Delegacia de Polícia (Ilha do Governador), responsável pela investigação.

Vizinhos relataram que não viam Dario desde novembro de 2023. Alguns lembram de uma discussão entre o idoso e o filho Marcelo, que exigia o cartão do banco e a senha do pai. Após isso, os moradores notaram que a casa ou a ficar trancada e que os filhos impediam a entrada de qualquer pessoa no local.

Uma moradora chegou a acionar a Polícia Militar diversas vezes e também procurou o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Tubiacanga. Segundo ela, foi informada de que, sem um mandado judicial, nem a polícia nem o órgão poderiam intervir.

Após a prisão, os irmãos foram encaminhados nesta sexta-feira (23) a unidades psiquiátricas. Marcelo foi transferido para o Hospital Psiquiátrico Philippe Pinel, e Tania, para o Hospital Municipal Pedro II. A Justiça marcou a audiência de custódia, quando será decidido se eles continuarão presos ou responderão em liberdade.

Além da hipótese de ocultação por interesse financeiro, a polícia também não descarta a possibilidade de homicídio. O caso segue em investigação.

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