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ÚLTIMO ADEUS: O mundo se despede do Papa Francisco

Fiéis do mundo inteiro seguem enfrentando longas filas para se despedir de Jorge Mario Bergoglio – o Papa Francisco, cujo corpo está sendo velado na Basílica de São Pedro. O velório público, que começou na quarta-feira (24), já recebeu mais de 130 mil pessoas até a manhã de hoje, segundo dados do Vaticano. A cerimônia de despedida se encerra nesta sexta-feira, às 14h (horário de Brasília), e o funeral acontece no sábado (26), às 5h da manhã, também no horário de Brasília.
Multidões seguem formando fila para se despedir do papa Francisco
Nesta quinta, a Santa Sé divulgou detalhes sobre os ritos litúrgicos que marcarão o encerramento do velório e o sepultamento do pontífice. As cerimônias seguem o Ordo Exsequiarum Romani Pontificis, o livro oficial de ritos fúnebres do Vaticano, e são marcadas por forte simbolismo e tradição.
O corpo do papa permanecerá na basílica até sábado (26/4), quando acontecerá o funeral
Fechamento do caixão
A cerimônia de fechamento do caixão ocorrerá hoje, uma hora após o fim do velório. Ela começa com a leitura de uma ata oficial pelo mestre de cerimônias litúrgicas, Diego Ravelli, que será assinada por autoridades religiosas presentes. Em seguida, serão realizadas preces em latim alternadas com momentos de silêncio, e uma homilia em italiano.
Como manda a tradição, Ravelli colocará um véu de seda branca sobre o rosto do papa e aspergirá o corpo com água benta. Serão depositados no caixão uma bolsa com moedas e medalhas cunhadas durante o pontificado, além de um tubo contendo a ata oficial do funeral.
O caixão interno, feito de zinco, será selado com inscrições contendo uma cruz, o brasão de Francisco e informações sobre sua vida e papado. Depois, a tampa de madeira será fechada, também com a cruz e o brasão visíveis. Selos do Cardeal Camarlengo, da Casa Pontifícia e de outras instituições do Vaticano serão aplicados, formalizando o fechamento.
Após essa etapa, será celebrada a Missa Exéquia, em homenagem ao pontífice.
Funeral e sepultamento
No sábado pela manhã, líderes de Estado, chefes religiosos e milhares de fiéis devem acompanhar a missa solene na Praça e na Basílica de São Pedro. Após a celebração, o caixão será levado em procissão até a Basílica de Santa Maria Maior, no centro de Roma, onde Francisco será sepultado.
A cerimônia de sepultamento também será conduzida por Diego Ravelli, com novas rezas em latim e mais aplicação de água benta. O caixão será depositado na tumba escolhida pelo próprio papa, situada na Capela Paulina. A formalização do sepultamento será registrada em ata pelo notário do Capítulo Liberiano e assinada pelas principais autoridades eclesiásticas envolvidas.
Com o sepultamento, começa oficialmente o período de nove dias de luto da Igreja Católica. No domingo (27), será celebrada uma missa em sufrágio pela alma do papa, às 10h30 no horário local (5h30 no horário de Brasília), na Basílica de São Pedro.
A ESCOLHA DO NOVO PAPA
Papa Francisco morreu na segunda-feira (21), aos 88 anos, após um derrame cerebral seguido de parada cardiorrespiratória. Primeiro papa latino-americano da história e jesuíta, ficou marcado por um pontificado voltado à humildade, ao acolhimento dos pobres e ao diálogo inter-religioso.
Com a morte do pontífice, a Igreja entra no período de Sede Vacante. O Colégio de Cardeais prepara-se para o conclave que elegerá o novo papa, em cerimônia secreta na Capela Sistina. Entre os nomes cotados para a sucessão, o mais mencionado é o do cardeal italiano Pietro Parolin, atual Secretário de Estado do Vaticano.
Pelas regras atuais do Vaticano, o Conclave deve começar entre 15 e 20 dias após a morte do papa. Sendo assim, na teoria, é estimado que a votação comece entre os dias 6 e 11 de maio.
No entanto, em fevereiro de 2013, o papa Bento XVI estabeleceu uma nova regra que permite flexibilidade nesse prazo. Pela norma, o início do Conclave pode ser antecipado se todos os cardeais com direito a voto já estiverem no Vaticano. A eleição também pode ser adiada, em casos excepcionais, por “motivos graves”.
Logo após a morte do papa, o Vaticano convoca todos os cardeais do mundo para compor o chamado Colégio dos Cardeais, atualmente formado por 252 religiosos, incluindo oito brasileiros. Esse grupo ajuda a organizar o Conclave e discute questões inadiáveis da igreja.
No entanto, apenas os cardeais com menos de 80 anos podem participar da eleição. Atualmente, 135 se enquadram nesse critério — entre eles, sete brasileiros.
O início do Conclave depende da presença desses cardeais eleitores no Vaticano. A exceção são para os religiosos que estejam impedidos de comparecer por motivos graves, como problemas de saúde.