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DIÁRIO RURAL: Criador de Nova Petrópolis apresenta o mundo das abelhas sem ferrão
Orlando Morschel começou no ramo como hobbie e hoje expõe diferentes espécies por todo Estado
GIAN WAGNER BAUM
Nova Petrópolis está há poucos os de se tornar uma referência no setor de abelhas sem ferrão e muito disso se deve ao criador Orlando Morschel, da localidade de São Jacó, que está ganhando destaque em eventos, tanto no município como em outras regiões do Estado. Durante o último evento realizado em Nova Petrópolis, o Festival da Primavera, Orlando expôs um projeto que ficará fixo na Praça das Flores: sete caixinhas de abelhas sem ferrão, uma de cada espécie. As caixas são parecidas com pequenas casinhas enxaimel, charme da região. “A gente vai para a rua para mostrar que existe abelha sem ferrão e que existe abelha grande sem ferrão”, conta o criador. “É um trabalho que ajuda o pessoal a se conscientizar, a tirar os traumas de abelha”, diz Morschel, que explica que muitas pessoas têm medo de abelhas por acreditar que todas têm ferrão ou que vão atacar. “A gente se sente muito realizado por mostrar um trabalho que é bom para o criador e também para a natureza, é um modelo de negócios muito autossustentável”.
No Festival da Primavera, Orlando esteve na Praça das Flores onde estreou e ficou um projeto com sete casinhas de abelha (Créditos: Gian Wagner Baum)
INICIOU COMO UM HOBBIE – Muitas propriedades rurais costumam ter algumas caixas de abelha, que servem inclusive para melhorar a produção agrícola uma vez que estes insetos são agentes polinizadores. A família Morschel começou assim, mais como um hobbie do que com foco na criação. “Se criou a necessidade das abelhas por causa dos morangos”, conta Orlando que já produzia morangos em São Jacó. As abelhas foram colocadas na propriedade quando a produção da fruta aumentou. “Começou a se tornar um vício, começamos a colecionar espécies e quando do vimos já estávamos fazendo enxames para vender e trocar”, revela o meliponicultor que hoje tem cerca de 20 espécies diferentes, todas sem ferrão. “Virou também uma fonte de renda”. A criação é sazonal e muda conforme a época. Por ano, em média, Morschel chega a trabalhar com mais de mil enxames.
Em 2016, Orlando expôs suas abelhas pela primeira vez. Foi na última edição do Rural Show, no Centro de Eventos em julho daquele ano. “Foi uma exposição bem simples, aí o pessoal da Emater me viu e me convidou para expor na Expointer, em Esteio, naquele mesmo ano”, conta Morschel que foi o primeiro criador a entrar com abelhas na maior exposição do Estado. “Aí veio convite das prefeituras, não só daqui, mas de outros lugares. Estamos prestes a se tornar uma referência na criação de abelhas no Estado”, prospecta o produtor. Uma das provas disso é que Nova Petrópolis promoverá, em 2023, o primeiro evento relacionado diretamente ao setor. O nome ainda não está definido, mas será promovido pela Nova Mel, associação do setor no município.
Orlando Morschel expôs em julho no Festival Sabores da Colônia (Créditos: Sabrina Schuster/Divulgação)
Uma alternativa “pet” para o lar
As abelhas sem ferrão estão chamando a atenção para os amantes do mundo pet. Essas espécies, que só no Rio Grande do Sul são 24 nativas, permitem as pessoas ter abelhas em casa, polinizando as flores e engrandecendo o ambiente. “A caixa é pequena, não ocupa muito espaço e sem ferrão elas são inofensivas”, explica Orlando. “Além de que são bichinhos que não precisam de tantos cuidados”, diz o produtor. “A gente está apenas começando, tem muita surpresa vindo por aí”, projeta o criador.
ESPÉCIES SEM FERRÃO – No Brasil existem mais de 250 espécies, sendo que quase 10% são gaúchas. São diferentes espécies que mudam de tamanho, coloração e também fazem mel diferente. As espécies mais procuradas atualmente são as Jataí, que é a mais conhecida e é boa produtora de mel. Outra espécie também bastante procurada é a Mandaçaia, que é um pouco maior e tem listras pretas e amarela, lembrando a abelha comum.
Milhares de abelhas vivem em cada enxame nas casinhas, produzem mel e ajudam a manter as flores polinizadas (Créditos: Gian Wagner Baum)
Conhecendo o projeto
O Mundo das Abelhas do Morschel pode ser visitado por quem tiver interesse de conhecer mais sobre estes insetos tão benéficos para a agricultura. As abelhas ficam na localidade de São Jacó, onde podem ser visitadas, e também no projeto fixo na Praça das Flores, onde sete casinhas abrigam sete espécies em casinhas que carregam placas informativas. “Quem tem curiosidade, pode vir conhecer”, convida Morschel. O contato do produto é (54) 9 9104-9596.