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Após denúncia de erro cirúrgico e abandono hospitalar, morre Valdori Hahn, de Dois Irmãos
O tempo, no relógio, é o mesmo para todos. Mas, para quem está deitado numa maca hospitalar, com dor, sofrendo, um minuto é uma hora; um dia, é um mês; e meses são anos. O que no papel pode parecer “dentro do cronograma” não acalenta a dor dos pacientes — que contribuem uma vida inteira para, quando precisam, não ter. E é isso que está acontecendo com o colapso na saúde do Rio Grande do Sul.
Exemplo disso foi Valdori Hahn, de 65 anos, morador de Dois Irmãos e que trabalhou por décadas na construção civil. Após meses de internações, dores ininterruptas – e segunda a família: erro médico e descaso na rede pública, Valdori faleceu nesta sexta-feira, 30 de maio, no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Canoas, no mesmo dia que ou por nova cirurgia.
O procedimento, conduzido pela equipe da PUC, revelou a presença de uma pinça cirúrgica deixada na coluna desde a operação anterior, realizada em janeiro. Também foram drenados 600 ml de líquidos infecciosos e removidos fragmentos ósseos, indicando um quadro grave de infecção não tratada desde o início do ano.
A morte ocorreu após um longo e doloroso percurso enfrentado por Valdori e sua família desde outubro de 2024 — que lutaram não apenas contra a doença, mas contra a negligência e a desumanidade de um sistema que deveria acolher.
A despedida acontece neste sábado, 31, às 14h, na Capela 1 da Funerária Dois Irmãos, com sepultamento no Cemitério Católico 2. Valdori deixa enlutados os filhos Janaina, Carlos, Sendy e Bruna; os genros Emerson, Marcos e Adrian; os netos Melany, Brenda, Isabella, Brayan, Bella e Flora; e a bisneta Melissa.